quinta-feira, 1 de março de 2012

exit music

as palavras que se foram
eram tristes lembranças
de alguém que já morreu

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O novo.

'As forças me vêm de algum lugar do instinto; descobrindo, abrindo abismos perdidos.
As forças me vêm como se eu não tivesse idade, nome, cidade, direção.
Tento encontrar talvez razão, vazão talvez para esse mistério de minha patética existência; o destino tem muitas maneiras, motivos e faces e eu cansei de esperar que ele olhasse meu rosto despedaçado pela solidão e dissesse que já era tempo de conhecer os corredores do paraíso. Mas as palavras atravessam paredes e se isolam no tempo é preciso olhar nos olhos mas antes brinque com o brilho que meus
olhos assaltam, ressaltam em estar contigo nesta noite vestida de milagres não tenho medo do amor, garota.
Estou tremendo porque você me tocou.
Quero a medida cega da loucura provocando essa viagem impregnada de sensações paradisíacas, quero teu beijo ameaçando meus planos de auto-controle
NINGUÉM SE ESQUECE DO INEXPLICÁVEL...


Eu quero ser pra você a lua iluminando o sol quero acordar todo dia pra te fazer todo o meu amor... (8)

quinta-feira, 10 de março de 2011

perdidamente achado.

Que dia é hoje?
Em que ano minha vida parou?
-Não sei.
O que ficou e o que passou, você sabe?
E o que marcou, quem eu sou?
DUVIDAS, DUVIDAS; rastros, ou melhor icógnitas de uma medíocre vida mal resolvida e menos ainda vivida...


Pegando carona na duvida de uma grande mulher, duvida essa que me intriga bastante; confesso: "Em que espelho ficou perdida minha face?"
Alguém? alguma alma caridosa que me ajude a retomar o ritmo, negramente marcado da vida, de fato?
NÃO?! ok, está bem então enquanto espero me traga ao menos umas cervejas, cigarros e algumas drogas ilícitas para que eu possa aguentar essa espera acordada e só, tão somente.

sábado, 5 de março de 2011

inutilmente longe.

Te persigo inutilmente com minha mente paranóica. Diante de tudo o que sinto minhas lágrimas encharcam o papel.
Você já teve saudades de algo que não viveu? De alguém que não conheceu? De um lugar em que nunca esteve? De sentimentos que nunca experimentou?
A sensação é de ter vivido algo muito distante, quase em outra vida, mas que ao som da sua voz me parece tão presente, real, verdadeiro e imediato.
O cheiro da sua pele que nunca senti, o tom da cor dos seus olhos que eu nunca vi, a textura do seu cabelo que eu nunca acariciei, o gosto da sua boca que eu nunca provei, a tua cara ao gozar que eu nunca observei, sua maneira de acender um cigarro, segurar uma taça de vinho que eu não sei qual é, seu jeito de gesticular com as mãos, o formato de sua boca ao sorrir, que eu nunca presenciei.
Como seria minha vida se eu conhecesse tudo isso? Seria diferente do que sinto agora? Do que vivo agora?
Vidas ou caminhos nos separam? Ironia do destino o desencontro? Preguiça ou comodismo? Te sigo mentalmente pela praça gigantesca, mas tua alma se esconde entre os canteiros de flores coloridas, porém tristes. Tento te alcançar, mas só te vejo ao longe, me olhando muito de longe, apertando os olhos por causa da luz do sol para focar meu rosto em seu campo de visão.
Você me olha, mas não chega perto. Prefere ficar distante, talvez por segurança, sei lá. Nunca sei de nada. Já me acostumei com isso. Me acostumei a ter saudades de coisas que não vivi depois de ter te encontrado, perdido como uma menina, no meio do planeta, perambulando sempre, sem saber onde pousar.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

o sabor da dor

O que a cansava era tudo. Era o vazio e a desilusão ao ser redor. Eram os seus dias, era a sua vida. Medíocre, vaga, hipócrita, comum.
Ela ia incansavelmente aos bares que freqüentava. Uma seqüência de noites mal dormidas, regadas a muita bebida, cigarro e falsas esperanças, falsos sorrisos derramados sob a lua. Cenário de boêmios, bêbados e almas vazias. Perdidos que fingiam ser felizes. Como ela.
Amigos poucos. Companheiros de bar muitos. Brindando uns com os outros seus copos cheios de amargor e rancor. Noites loucas de falsa alegria e encantamento que terminavam com ela já em casa, na frente do espelho, o rímel borrado escorrido pelas lágrimas, a cabeça girando pelo excesso de álcool e drogas, e algumas vezes o jato de vômito na privada do banheiro.
Mais uma noite comum.
E tudo o que ela queria era o abraço, o aconchego, alguém que a fizesse parar. Que a levasse a gostar das manhãs e acordar cedo para ir trabalhar.
Mas não. Sua falta de talento para ser feliz a condenara para sempre àquela vida mundana, aos excessos de álcool, aos beijos em bocas que mal conhecia, às idas ao banheiro dos bares para vomitar, chorar e ajeitar o cabelo, à carona de madrugada, que a deixava, trôpega e lenta, a tentar encaixar a chave na fechadura da porta do seu apartamento. Um vazio na boca amarga. Sozinha. Sem desespero. Apenas anestesiada. Apenas acostumada ao circuito destrutivo que entrou, desde muito pequena, quando seus pais perceberam horrorizados que ela cortava seus braços com facas de cozinha. Ela gostava da dor e condenara-se à ela.
Desde muito cedo soube que seria condenada aos porões do inferno. Sempre uma criança estranha, solitária, quieta. Sempre alheia às brincadeiras tolas das outras crianças, sempre lendo livros densos demais para sua pouca idade. Aos treze anos, Sartre era seu guru. E todo o desespero e a total inadequação ao mundo ao redor se apoderou daquela garota.
Não sabe porque se tornou assim. Simplesmente sentia-se assim desde a saída do útero materno. Sua mãe uma vez lhe contou que ela mamava muito pouco, por não suportar o contato materno desde bebê.
Quando cresceu afastou-se da família por não suportar conviver com o irmão corado e feliz. Encerrou-se num velho apartamento, antigo, e ali vive seu inferno solitariamente. Envolvendo-se sempre com um submundo de almas tão desprovidas de esperança quanto a dela.
Então, numa noite de Novembro, chegando mais uma vez bêbada e desiludida em casa, depois de vomitar toda o álcool que entornara, foi tomada de repente por uma possibilidade que a fazia senti-se melhor: morrer.
Uma sensação de alívio se apoderou dela. Sentiu-se mais tranqüila, quase feliz. O fim do circuito, o fim do viver insuportável, da inadequação, dos bares imundos, da falta de talento para ser feliz. Sentia-se calma, resolvida. E ainda era amiga da dor. Seria uma morte dolorosa, para que sentisse lentamente desapegar-se do próprio inferno que construiu para si. Imaginou indo encontrar-se com Deus. E ele fazendo-a parar, aconchegando-as nos braços como uma criança e acomodando-a ao seu lado numa nuvem branca, muito branca.
Escolheu a faca mais afiada que tinha e em pé, nua, frente ao espelho grande do banheiro, começou a fazer cortes em seu corpo. Os primeiros menores, superficiais, para em seguida transformarem-se em cortes profundos, sanguinolentos. A dor. Sua companheira. Com a dor tomando seu corpo, a dor da sua alma se apaziguava, era quase gentil. E aquilo lhe dava um certo prazer. A fazia sorrir, já sentindo as pernas fracas, a pressão arterial baixando e uma certa palidez bonita na sua cara no espelho.
Meticulosamente esculpiu muitos riscos de sangue cada vez mais fundos em seu corpo jovem, como uma obra de arte macabra. E à medida que sentia-se morrer, conheceu a felicidade de que tanto ouvira falar. E viu Deus. Um Deus jovem e brincalhão. Abraçou a morte sorrindo. Descansada. Plena. Enfim feliz.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sem título

Amanhã acordarei sem memórias gris…
E terei sonhos tenros, ternos.
Amanhã confiarei em estranhos correrei pra abraços que me chamarem.
Amanhã minha testa vai estar serena e minha alma sem sustos…
Amanhã nunca tive cáries,
nem dores, amanhã serei eterna, como fui, amarei,
amanhã.
Amanhã esqueci teu nome,
e teu rosto e porque ainda choro quando
em ti eu penso.
Amanhã serei minha como
quando estava inocente.
e amava sem espera nenhuma.
nenhuma.
amor doado, sem troco.
Amanhã; nunca aceitei migalhas,
nunca mais, Amanhã.
nem sonharei acordada
porque não saberei diferenças.
Amanhã não te conheci,
nem te dei em desonra
meu segredo.
mas Amanhã,
só Amanhã.
Nenhum dia antes.
Ou depois.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

meu ser e todo o resto

Procuro nos búzios e no horóscopo o resto da minha dignidade. Tento ser mais cética, mais durona, mas sou totalmente tendenciosa quando alguma coisa diz que eu posso ser feliz. É sempre mais fácil culpar o autosabotamento com signos do zodíaco ou algo que se preze, do que entender que você, independente de onde marte esteja neste exato momento, gosta de arrancar as próprias pernas apenas para ver aonde dói.
Gosta de se cutucar para ver aonde sangra, aonde incomoda, que parte do seu corpo sente mais falta dela, em que momento do dia você perde a razão, fica sem ar, o porquê grita tanto internamente ao ponto que se deita exausta de tanta coisa que é sua, mas que você não sabe lidar, e por isso é fácil apelar para o impalpável e para todas as superstições existentes para que tirem a culpa que você carrega de querer tanto ser como os outros, mas não é.
O amor que tanto se proclama, dessa busca e espera infindável, "que chegue e será bem vindo, que será esperado" que some em alguns meses, que se sobrepõe na esquina por um outro qualquer, por essa falta, esse buraco no estômago, essa fome de se sentir amada, de se sentir querida, de se sentir segura, quando amor é nada além da sensação de estar caindo e não saber onde se segurar.
E por isso eu culpo toda e qualquer manifestação esotérica, pelo meu amor volúvel e sendo assim é mais fácil despejar em alguma coisa impalpável a minha incapacibilidade de ser como o resto das pessoas.
Porque eu nunca tive motivos para acreditar em nada que dure para sempre. Porque eu sempre fui tocada pelas mais diferentes formas de vida e por qualquer frase um pouco mais inteligente, porque dói entender que a posição da lua não interfere no quanto eu morro um pouco todos os dias. Porque eu acredito em tudo e isso de não descartar nada, me faz voltar para casa depois de me apaixonar a cada esquina, e querer uma cama só.
Eu me machuco pra saber onde dói, mas hoje sei exatamente que parte de mim sente mais falta dela. Tudo.
 
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