terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sem título

Amanhã acordarei sem memórias gris…
E terei sonhos tenros, ternos.
Amanhã confiarei em estranhos correrei pra abraços que me chamarem.
Amanhã minha testa vai estar serena e minha alma sem sustos…
Amanhã nunca tive cáries,
nem dores, amanhã serei eterna, como fui, amarei,
amanhã.
Amanhã esqueci teu nome,
e teu rosto e porque ainda choro quando
em ti eu penso.
Amanhã serei minha como
quando estava inocente.
e amava sem espera nenhuma.
nenhuma.
amor doado, sem troco.
Amanhã; nunca aceitei migalhas,
nunca mais, Amanhã.
nem sonharei acordada
porque não saberei diferenças.
Amanhã não te conheci,
nem te dei em desonra
meu segredo.
mas Amanhã,
só Amanhã.
Nenhum dia antes.
Ou depois.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

meu ser e todo o resto

Procuro nos búzios e no horóscopo o resto da minha dignidade. Tento ser mais cética, mais durona, mas sou totalmente tendenciosa quando alguma coisa diz que eu posso ser feliz. É sempre mais fácil culpar o autosabotamento com signos do zodíaco ou algo que se preze, do que entender que você, independente de onde marte esteja neste exato momento, gosta de arrancar as próprias pernas apenas para ver aonde dói.
Gosta de se cutucar para ver aonde sangra, aonde incomoda, que parte do seu corpo sente mais falta dela, em que momento do dia você perde a razão, fica sem ar, o porquê grita tanto internamente ao ponto que se deita exausta de tanta coisa que é sua, mas que você não sabe lidar, e por isso é fácil apelar para o impalpável e para todas as superstições existentes para que tirem a culpa que você carrega de querer tanto ser como os outros, mas não é.
O amor que tanto se proclama, dessa busca e espera infindável, "que chegue e será bem vindo, que será esperado" que some em alguns meses, que se sobrepõe na esquina por um outro qualquer, por essa falta, esse buraco no estômago, essa fome de se sentir amada, de se sentir querida, de se sentir segura, quando amor é nada além da sensação de estar caindo e não saber onde se segurar.
E por isso eu culpo toda e qualquer manifestação esotérica, pelo meu amor volúvel e sendo assim é mais fácil despejar em alguma coisa impalpável a minha incapacibilidade de ser como o resto das pessoas.
Porque eu nunca tive motivos para acreditar em nada que dure para sempre. Porque eu sempre fui tocada pelas mais diferentes formas de vida e por qualquer frase um pouco mais inteligente, porque dói entender que a posição da lua não interfere no quanto eu morro um pouco todos os dias. Porque eu acredito em tudo e isso de não descartar nada, me faz voltar para casa depois de me apaixonar a cada esquina, e querer uma cama só.
Eu me machuco pra saber onde dói, mas hoje sei exatamente que parte de mim sente mais falta dela. Tudo.
 
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