sábado, 5 de março de 2011

inutilmente longe.

Te persigo inutilmente com minha mente paranóica. Diante de tudo o que sinto minhas lágrimas encharcam o papel.
Você já teve saudades de algo que não viveu? De alguém que não conheceu? De um lugar em que nunca esteve? De sentimentos que nunca experimentou?
A sensação é de ter vivido algo muito distante, quase em outra vida, mas que ao som da sua voz me parece tão presente, real, verdadeiro e imediato.
O cheiro da sua pele que nunca senti, o tom da cor dos seus olhos que eu nunca vi, a textura do seu cabelo que eu nunca acariciei, o gosto da sua boca que eu nunca provei, a tua cara ao gozar que eu nunca observei, sua maneira de acender um cigarro, segurar uma taça de vinho que eu não sei qual é, seu jeito de gesticular com as mãos, o formato de sua boca ao sorrir, que eu nunca presenciei.
Como seria minha vida se eu conhecesse tudo isso? Seria diferente do que sinto agora? Do que vivo agora?
Vidas ou caminhos nos separam? Ironia do destino o desencontro? Preguiça ou comodismo? Te sigo mentalmente pela praça gigantesca, mas tua alma se esconde entre os canteiros de flores coloridas, porém tristes. Tento te alcançar, mas só te vejo ao longe, me olhando muito de longe, apertando os olhos por causa da luz do sol para focar meu rosto em seu campo de visão.
Você me olha, mas não chega perto. Prefere ficar distante, talvez por segurança, sei lá. Nunca sei de nada. Já me acostumei com isso. Me acostumei a ter saudades de coisas que não vivi depois de ter te encontrado, perdido como uma menina, no meio do planeta, perambulando sempre, sem saber onde pousar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Faço de tuas palavras, as minhas.

Postar um comentário

 
Copyright 2009 Pensamentos corrompidos. Powered by Blogger
Blogger Templates created by Deluxe Templates
Wordpress by Wpthemesfree