segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Te olhando

Apesar do sol, caía uma chuva fina quando fui te encontrar. De dentro do carro eu te observava, em meio a um turbilhão de pessoas, esperando o sinal de pedestres abrir para vir ao meu encontro.
O verde do sinal tardava e insistia em fazer com que suas roupas ficassem cada vez mais molhadas, mas você parecia nem ligar. O frescor da água parecia estar acariciando tua rosada pele e davam um ar mais silvestre aos teus cabelos, contrastando com a paisagem exageradamente urbana que nos cercava.
Estava linda naquele vestido curto e clarinho, estampado com flores que pareciam escorrer pelo teu formoso colo, por todo o teu corpo ardente. De longe eu te observava e sentia que não estava a reclamar da inconstância das nuvens, e quando me percebesse a te olhar, me abrisses o sorriso mais gostoso e lindo de todo este chuvoso verão.
De repente, o sinal se abriu e tu atravessase a rua como uma brisa que pudesse dissipar todos os males do mundo. O vestido clarinho, clarinho - de tão clarinho parecia branco! - grudava em seu seio e deixava transparecer dois delicados pontos rosados, que eu imaginei serem as agulhas de uma nova e personalíssima bússola a apontar-me o verdadeiro norte.
Tua beleza, aquela beleza sutil revelada pela água e pela tua contagiante naturalidade me emocionou e, saiba, meu amor: hoje quero ferir-me novamente ao tocar meus dedos e minha boca nessas tuas doces agulhas.
 
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